Em quais casos a suplementação é realmente necessária?

As vitaminas são micronutrientes essenciais para a manutenção do nosso organismo. Elas atuam na prevenção de doenças, síntese de tecidos, transmissão de impulsos nervosos pelo corpo, além da precursão de milhares de enzimas. Esses nutrientes se dividem em vitaminas A, C, D, E, K e do complexo B, cada uma com seus benefícios e peculiaridades.

De acordo com a nutricionista do Instituto Ellos de Medicina, Camila Toniatti, é possível obter todas as vitaminas e nutrientes necessários através da alimentação. “Para isso, é recomendado a ingestão diária de 400g de frutas, verduras e legumes, o que corresponde a cinco porções”, explica.

A deficiência vitamínica ocorre quando o organismo não está absorvendo a quantidade necessária de um nutriente, que é definida de acordo com a idade, saúde, estilo de vida, e casos específicos como gravidez, dietas restritivas, doenças e pós-cirurgia bariátrica.

Após a realização de exames laboratoriais, solicitados por médicos ou nutricionistas, a suplementação pode ser indicada. Porém, devido ao senso comum e ao fácil acesso às cápsulas de vitaminas, muitas pessoas acabam ingerindo mais que o necessário.

“Existe um nível de ingestão máximo. O consumo acima do recomendado, além de não trazer benefícios, pode ocasionar efeitos adversos à saúde. Esse excesso de vitaminas recebe o nome de hipervitaminose. O excesso de vitamina C, por exemplo, que vemos sendo muito consumida pela população em geral, pode levar à formação de cálculos renais”, afirma Camila. O abuso ainda faz com que esses elementos ganhem um caráter pró-oxidativo, favorecendo o surgimento de outras doenças crônicas.

Conclui-se que a suplementação não substitui um estilo de vida baseado em uma dieta equilibrada e, na maioria dos casos, não traz benefícios adicionais. Os micronutrientes obtidos através dos alimentos têm melhor absorção e uma proporção biologicamente ideal, ao contrário dos compostos altamente concentrados.

A deficiência vitamínica, porém, não é rara, pois muitas dietas famosas excluem grupos alimentares completamente. Por isso, o Instituto Ellos de Medicina recomenda o acompanhamento nutricional para garantir a ingestão necessária para cada caso específico.