A ansiedade é um sentimento natural de todo ser humano. Ela ocorre em momentos de decisões, eventos, conflitos ou mudanças e é muito importante para o organismo, pois funciona como um gatilho para a ação e ajuda a conquistar os objetivos. No entanto, existe uma linha tênue entre a ansiedade que é considerada natural e a patológica, que é prejudicial à saúde, e pode causar insônia, estresse e distúrbios alimentares.

Já a depressão, é uma doença diagnosticada por um médico especialista e muito frequente na população. Apesar de as mulheres serem mais propensas a desenvolvê-la, pode afetar todas as idades e gêneros. Para se ter ideia, de 4 a 5% das crianças em torno de 7 a 11 anos têm depressão e 25% dos adolescentes dos 13 aos 18 anos também apresentam esse quadro.

Estudos apontam que 50% das pessoas que têm depressão também possuem transtorno de ansiedade e o seu desenvolvimento pode ocorrer por diversas causas, chamadas de multifatores, como traumas, estresse excessivo, genética e até mesmo personalidade.

Existem vários genes envolvidos com a ansiedade e depressão. De acordo com as pesquisas, há maior chance de desenvolvimento se o cromossomo 15 for duplicado entre membros de uma mesma família. A probabilidade também aumenta quando há alterações em estruturas cerebrais, como a amígdala, que coordena a manifestação de reações, o hipocampo, que processa todas as emoções e respostas aos estímulos, e o córtex frontal, que é responsável pelas decisões, julgamentos e resoluções de problemas.

Além disso, existe a cascata do estresse que, quando vivenciado, eleva os níveis de cortisol que faz com que sejamos estimulados a tomar uma decisão frente àquele estado mental. Se não for controlado, esse ciclo se perpetua e a produção do hormônio cresce gradualmente, levando à diversos distúrbios como perda de sono, aumento da pressão arterial, do apetite e diminuição dos neurotransmissores cerebrais, como dopamina e serotonina.

Existe dois tipos de tratamentos dos transtornos de ansiedade e depressão: o medicamentoso e o não-medicamentoso. Integrado na mudança de estilo de vida, o não-medicamentoso apresenta fatores cientificamente comprovados no combate a essas patologias. São eles:

Qualidade do sono

Regular o sono é um dos fatores mais importantes. Uma pessoa que não dorme bem tem mais tendência a ser mais irritada e ansiosa, pois a falta de sono ativa o hormônio do cortisol, que faz com que perpetue cada vez nossa reação de defesa, causando estresse e hipertensão. Saiba mais sobre a qualidade do sono aqui.

Terapia comportamental

Neste fator, o terapeuta auxilia o paciente a reconhecer a causa do estresse, identificar seus gatilhos e sentimentos para, então, encontrar uma resposta emocional e um equilíbrio que o ajude a regular sua reação ao estresse.

Meditação

Com o estilo de vida multitarefas que temos hoje, dificilmente focamos no momento presente. Meditar consiste em se conectar com o agora, fazer um momento de silêncio para reconhecer os pensamentos e emoções que vêm à mente, observá-los e, gentilmente, sem julgamentos, afastá-los. É cientificamente comprovado que as técnicas de meditação ativam o sistema nervoso parassimpático, que é a parte do sistema nervoso que acalma, diminui os batimentos cardíaco, a frequência respiratória e a pressão arterial. Fazendo essa prática diariamente por, ao menos, 10 minutos, em duas semanas, você já é capaz de perceber seus benefícios. Aposte nos aplicativos e comece com as práticas guiadas.

Exercícios respiratórios

A respiração lenta e sincronizada também faz que ativemos o sistema nervoso parassimpático. Tente realizar este exercício de três a quatro vezes por dia: inspire bem fundo, segure por três segundos e expire profundamente, esvaziando complemente os pulmões. Conte três segundos e faça o movimento novamente cinco vezes.

Alimentação

Pessoas com transtornos de ansiedade e depressão estão mais propensas a buscar por comidas menos saudáveis, como farinha e açúcar, devido ao pico hormonal de serotonina, hormônio do bem estar, ocasionado por eles. Por isso, é preciso saber distinguir a fome emocional e física para que a alimentação seja equilibrada.

Atividade física

Existem inúmeros estudos científicos que comprovam os benefícios de fazer exercícios regularmente. De modo geral, eles são percebidos com pelo menos 150min por semana de atividade moderada ou 75 minutos semanais de atividades intensas. A produção dos hormônios da felicidade, resultante desses exercícios, é mais intensa e sua duração no organismo é prolongada.

Gratidão

Ser grato, seja pelas mínimas coisas do dia a dia, faz com que as pessoas sejam mais felizes e foquem apenas no que é bom. Isso leva à redução da ansiedade e à melhor convivência com as adversidades.

De forma geral, levando em consideração as condições genéticas e fisiopatológicas que envolvem o desenvolvimento dos transtornos de ansiedade e depressão, é importante ressaltar que o seu estilo de vida é um dos principais responsáveis por essas doenças. Tudo depende de você, do seu dia a dia e do modo como leva a vida. Lembrando que os remédios não devem ser suspensos por conta própria, a única pessoa que pode suspendê-los é o seu médico. Em caso de dúvidas, entre em contato com o Instituto Ellos de Medicina.