Estudo indica que intervenções saudáveis fortalecem a prevenção e tratamento da doença

O câncer é o crescimento desordenado das células, que se dividem incontrolavelmente e destroem tecidos e órgãos do corpo. Elas tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, formando tumores que podem se espalhar para outras regiões do organismo.

A doença é uma das principais causas de morte no mundo. De acordo com o Inca, Instituto Nacional de Câncer, o Brasil poderá ter 625 mil novos casos de câncer em 2020. Porém, ao contrário do que muitos pensam, ela não é unicamente hereditária.

Quando isso ocorre, o indivíduo já nasce com alterações genéticas que determinam o alto risco da doença. Estes representam de 5% a 10% dos casos, os outros 90% dependem do ambiente e do estilo de vida do paciente. Sendo assim, o câncer não é inevitável, mas é o resultado das ações, involuntárias ou não.

Para certificar o impacto da mudança de estilo de vida na prevenção e desenvolvimento do câncer, os profissionais Dean Ornish, do Instituto de Pesquisa Médica Preventiva, e a ganhadora do prêmio Nobel, Elizabeth Blackburn, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, realizaram um importante estudo chamado “Gene Expression Modulation by Intervention with Nutrition and Lifestyle” (GEMINAL).

Os pesquisadores estudaram 24 homens diagnosticados com câncer de próstata em estágio inicial, que se voluntariaram a passar por uma intervenção intensa no estilo de vida durante três meses. O programa incluía um contato médico semanal, prática de exercícios físicos moderados, participação em grupo de apoio, técnicas de controle do estresse e mudanças na alimentação, priorizando a dieta plant-based, com alimentos integrais de baixo teor de gordura, além de suplementação com ômega 3, vitaminas C, E e selênio.

Os pacientes tiveram o sangue coletado no início e no fim da intervenção, analisando a atividade de telomerase dos glóbulos brancos, enzima que prolonga a longevidade da célula e sua capacidade de funcionamento. Os resultados mostraram um aumento de 30% na atividade de telomerase, sendo que os participantes mais fiéis ao programa tinham telômeros ainda mais longos.

Em síntese, o estudo Geminal sugere que mudanças intensivas na nutrição e no estilo de vida podem modular a expressão gênica na próstata e fortalecer os esforços de tratamento e prevenção do câncer. Para tanto, o Instituto Ellos de Medicina defende que o diagnóstico precoce e a mudança no estilo de vida são fundamentais.